Existem um espaço de aproximadamente sete longos anos entre o lançamento de Prince of Persia: The Sands of Time — primeiro título da celebrada trilogia Sands of Time, seguido por Warrior Within e The Two Thrones — e a mais recente proposta de Ubisoft, The Forgotten Sands. E, bem, após o lançamento do inconoclaste Prince of Persia
em 2008, era de se esperar algo com um conceito semelhante, não? Melhor olhar novamente.
Com The Forgotten Sands, a Ubisoft resolveu devolver o malfadado “Príncipe-sem-nome” ao arco de histórias que compunha a trilogia original de Sands of Time — uma prova do sucesso controverso do título de 2008? Quem sabe... Conforme justifica o designer das fases do jogo, Michael McIntyre, “obviamente, coisas realmente ruins aconteceram a ele desde que se tornou o príncipe que ele é em Warrior Within, e essa é a chance de explorar um pouco disso”.
A bem da verdade, o grande catalisador da história em The Forgotten Sands é o desastrado irmão mais velho do príncipe — este devidamente batizado —, Malik. Após ter o reino sitiado, Malik resolve invocar um verdadeiro exército de areia para dar conta dos invasores.
Tudo bem, tecnicamente, deveria funcionar.O problema é que essa medida desencadeou uma série de efeitos colaterais, como encher as suas terras com inúmeros monstros de areia e mortos vivos, ou ainda soterrar a população local em um mar de areia. Em outras palavras, o reino continua ameaçado; antes por sujeitos mal-intencionados, agora por sujeitos mal-intencionados com orientações mágicas.
Como impeachments provavelmente ainda não eram uma realidade à época, eis que o Príncipe decide se valer novamente dos poderes da Areia para embarcar em um épico tão saudosista quanto inovador e potencialmente divertido. Embora não muitos detalhes tenham sido revelados até o momento, sabe-se ainda que o protagonista terá agora a ajuda de um gênio chamado Razia.
Duelos massivos
The Forgotten Sands realmente não repousa placidamente sobre os louros da trilogia que lhe serve de base. Longe disso, a Ubisoft veicula com o jogo um sistema de combate consideravelmente reformulado. Para sintetizar a ideia o máximo possível, o negócio agora são batalhas massivas. Quer dizer, em vez de se dedicar a uma batalha de cavalheiros, entre dois sujeitos, o Príncipe agora terá que lidar simultaneamente com 30 ou até mesmo 50 combatentes, conforme afirma McIntyre.
Para dar conta dos duelos épicos, o sistema de combate de Forgotten Sands apresenta uma ênfase muito maior em comandos para lidar com inimigos múltiplos e evasões. O protagonista agora pode chutar ou empurrar para abrir espaço, ou mesmo passar sobre as cabeças dos inimigos após um salto.
Além disso, aparecem agora também o clássico “dash” (a arremetida contra inimigos próximo), uma espécie de projétil de área (chamado “Shield”, ou escudo) para liberar os arredores e até mesmo um tornado para varrer diversos sujeitos de uma vez só. Obviamente, como o nome sugere, também volta a habilidade de voltar no tempo para corrigir escorregões. De qualquer forma, seja qual for a habilidade, são gastos os mesmos pontos da clássica barra — que pode ser preenchida derrotando inimigos.
Malabarismos com controle dos elementos
É claro quem nem tudo em Prince of Persia pode ser batalha, e certamente o Príncipe ainda terá que executar toda uma gama de malabarismos para atravessar o atribulado reino do seu desastrado irmão. A bem da verdade, o jogo será dividido ao meio entre cenas de ação e combate.
Mas os malabarismos dos protagonista ganham agora um aliado tão interessante quanto poderoso: o controle dos elementos da natureza. O Príncipe poderá agora, por exemplo, congelar jatos de água e até mesmo cachoeiras a fim de utilizá-los como plataforma. E isso ainda poderá vir combinado com batalhas, formando algumas das sequências de ação mais insanas da série.
Em fim, uma volta ao passado, o reavivamento de uma boa fase da série... e também uma boa oportunidade para esquecer um pouco o controverso título de 2008. Afinal, o arco de histórias de Sands of Time sempre pode dar um pouco mais, sobretudo após um considerável nível de reformas.